O fechamento de 38 unidades do modelo Correios Empresas (CEM) gerou reações negativas entre os funcionários da estatal e o sindicato da categoria, conhecido por seu histórico de alinhamento com o Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo os Correios, a decisão visa reduzir custos e otimizar recursos, mas os críticos questionam a justificativa e apontam contradições.
De acordo com o sindicato, as receitas das unidades CEM aumentaram de R$ 76 milhões em 2023 para uma projeção de R$ 108 milhões em 2024, desmentindo o argumento da empresa de que as agências não estavam alcançando resultados satisfatórios. Em comunicado interno, o sindicato questionou: “Quem são os verdadeiros interessados no fechamento dessas unidades? E como os clientes serão atendidos?”.
Os Correios defenderam a medida como uma resposta necessária ao cenário de dificuldades financeiras enfrentado pela estatal. Em outubro de 2024, a empresa anunciou um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões, indicando a deterioração de suas contas. Além disso, a estatal atribuiu a criação das unidades ao comando da gestão anterior, sugerindo que o modelo pode não ter sido adequado às necessidades atuais.
A polêmica ocorre sob a presidência de Fabiano Silva dos Santos, advogado indicado ao cargo com apoio de grupos alinhados ao presidente Lula. Fabiano, que mantém relações políticas com figuras como o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), tem sido alvo de críticas pela gestão da estatal e pela falta de diálogo com os trabalhadores, intensificando o embate entre a direção da empresa e os sindicatos.