Na última terça-feira (21), a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou os resultados mais recentes do Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), indicando um avanço de 1,3% em maio, descontando os efeitos sazonais. Este é o segundo aumento consecutivo do índice, destacando uma tendência positiva no cenário econômico nacional.
Os dados revelam que todos os componentes do índice registraram um aumento, com uma elevação de 6,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Atualmente, o ICF encontra-se em 102,9 pontos, situando-se na zona de satisfação desde agosto do ano passado.
Uma análise mais detalhada mostra que o acesso ao crédito teve um aumento significativo, crescendo 2,2% no mês. Este crescimento é atribuído às quedas consecutivas da taxa Selic. Em maio, 31,4% dos entrevistados indicaram que o acesso ao crédito estava mais facilitado, marcando o maior percentual desde abril de 2020.
Observa-se também um aumento na ICF em ambas as faixas de renda analisadas, com uma intensificação maior nas famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, registrando uma alta de 1,4%. Entre as famílias com renda acima desse patamar, o aumento foi de 0,7%.
Esse movimento é refletido também na satisfação com o acesso ao crédito, com um crescimento mais expressivo (2,3% de alta) entre os consumidores com renda mais baixa.
O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou que a melhoria no acesso ao crédito é percebida por todos os consumidores, mas as famílias de renda menor têm se beneficiado mais das melhores condições de pagamento. Ele ainda ressaltou que a redução da inadimplência entre os mais pobres tem melhorado a reputação dos consumidores junto às instituições financeiras, facilitando a concessão de crédito.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, explicou que, com a queda da taxa média de juros desde outubro de 2023, os consumidores têm mais confiança para utilizar esse recurso em suas compras, o que impacta positivamente na compra de bens duráveis. No entanto, o aumento mensal nesse setor foi de 0,9%, o menor entre todos os componentes da ICF, devido à influência da oscilação do mercado de crédito sobre produtos de alto valor agregado.
Tavares também destacou a influência positiva do mercado de trabalho no consumo, que avançou 1,6% no primeiro trimestre do ano, superando o crescimento de 1,2% observado no emprego formal no mesmo período de 2023. Essa melhoria se reflete na satisfação com o emprego atual e nas perspectivas profissionais, que registraram aumentos pelo segundo mês consecutivo.
Com um mercado de trabalho aquecido e acesso mais fácil ao crédito, as famílias avaliaram positivamente o nível de consumo atual, marcando o segundo maior aumento em maio. Com o cenário atual favorável, a perspectiva de consumo também cresceu, indicando uma taxa superior à apresentada em abril.